sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

O dependente químico em recuperação


O dependente químico em recuperação
O dependente químico em recuperação é a pessoa que tem uma doença incurável, por isso o dependente está em recuperação pela vida toda, é como se fosse um diabético, não tem cura.
Na doença da dependência química não existe culpado, somente responsável, a culpa termina nela própria, e a responsabilidade começa nela própria. Não sou culpado pela doença , mas sou responsável pelo tratamento e o estar em recuperação.
O primeiro passo para estar em recuperação é parar de usar, não podemos esperar que algo funcione para nós se as nossas mentes e corpos ainda estiverem intoxicados pelo álcool e outras drogas.
O tratamento que só visa a libertação física, o deixar usar as drogas, corre o risco de que nas adversidades, recorrer à 'mesma solução' que é usar drogas, pois não ocorreram as mudanças interiores, ou seja o dependente disponha a buscar ajuda no seu interior, para descobrir um novo caminho que igual a um projeto de vida para resgatar-se como ser-ao-mundo. Em um projeto de vida é fundamental que seja em direção ao outro, ou seja que o outro esteja presente. Tratamento é pensar na vida a fim de resgatar de forma autêntica a experiência do EU e do NÓS. No fundo tratar é o dependente recomeçar a gostar de si mesmo, é valorizar a vida. Mudando a si, ao mesmo tempo muda seu posicionamento no social.
O psicólogo Carl Rogers demonstra que em todo organismo, em qualquer nível, existe um movimento em direção ao crescimento. Esse processo é denominado de tendência de realização. Esta tendência de realização pode ser impedida, mas não destruída, a não ser que se destrua o organismo. Por isso afirmamos categoricamente que a drogadição não é uma condição sem esperança, e que existe o tratamento e o estar em recuperação.
O dependente químico em recuperação, quando para de usar apresenta a síndrome de abstinência . Sendo aguda e aparece em horas ou dias, sendo demorada e aparece após meses ou anos.
Síndrome de abstinência psicológica ocorre na mudança da emoção, os sinais e sintomas são:
emocionais- ansiedade [o DQ é o dobro ansioso que a média da população],
alteração do humor [mudança brusca de comportamento],
agressividade,
angústia,
irritabilidade,
tensão,
desorientação no tempo e no espaço,
convulsões,
paranóia [medo, perseguição, pânico],
depressão primária [o DQ gera problemas iguais ao depressivo].
memória - confusão mental, concentração, raciocínio, lapsos de memória, crise de identidade.
sono-sono alterado [insônia ou sono pesado],
sonhos aumentados [onde as angústias são resolvidas, a fabricação de coisas boas e a esperança de acontecer],
pesadelo [ geralmente com a drogadição ].
Síndrome de abstinência física ocorre as mudanças físicas, os sinais e sintomas são -
alucinações e delírios,
dor de cabeça,
cãibras,
sudorese,
dores musculares,
tremores,
fadiga,
oscilação pressão arterial,
taquicardia,
febre,
náuseas,
vômitos,
diarréia ou intestino preso,
falta de apetite.
O dependente após período de tratamento e ao estar em recuperação, começa a construir a sua auto estima através dos seguintes itens -
- a minha recuperação não é para as pessoas e sim para eu ter equilíbrio na minha vida
- sincero e honesto
- não utilizar a manipulação
- vá com calma, mas vá
- estabelecer e cumprir as metas
- ser assertivo
- quando do ressentimento se perdoar
- evitar amigos da ativa, hábitos, lugares, idéias e diversões
- trabalhar o bom humor
- evitar o isolamento
- ame-se, seja seu melhor amigo
- escolher a felicidade
- identificar as suas forças
- ter um sistema de valores racionais
- referir-se a si mesmo com nomes positivos
- colocar limite para as críticas destrutivas
- melhorar-se, tentar coisas novas
- decidir qual o meu valor
- respeitar seu corpo com alimentos nutritivos e exercícios
- meditar, orar, relaxar, tirar tempo para si mesmo.
O dependente em recuperação, na condição de pessoa tem inúmeros direitos pessoais, destaco o seguinte - dependendo da maneira que trato as pessoas, tenho o direto de exigir coisas dessas pessoas como por exemplo - RESPEITO
A recuperação começa com aplicação dos princípios espirituais contidos nos DOZE PASSOS dos grupos de mútua ajuda [ AA - ALCÓOLICOS ANÔNIMOS , NA - NARCÓTICOS ANÔNIMOS ], em todas as áreas da vida.
Ir as reuniões de recuperação dos grupos de mútua ajuda, aprendemos o valor de conversar com outros dependentes que compartilham dos nossos problemas, esperanças, metas, e reconhecemos que um dependente pode compreender e ajudar melhor outro dependente.
Na recuperação o dependente além de freqüentar as reuniões dos grupos de mútua ajuda, deve fazer terapia com psicólogos, porque a psicoterapia visa ajudá-lo a se conhecer melhor, e ajudar no combate ao hábito obSseSsivo e compulsivo da doença.
Em recuperação serão apresentados princípios espirituais, como a rendição que é a aceitação da nossa doença e começamos a acreditar, a um nível mais profundo,que também nós podemos nos recuperar e ficamos abertos à mudança , verdadeiramente ocorre a rendição. A rendição significa que não temos mais que lutar. Estamos dispostos a fazer o que for necessário para ficarmos limpos e abstinentes, a tentar um novo modo de vida e até a fazer do que não gostamos.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

QUANDO E POR QUE FAZER TERAPIA ?


Por que procurar um psicólogo?
Quando deve ocorrer?
Todos precisam de terapia?

Quando as coisas se confundem...

Quando a infelicidade parecer ser maior do que a que podemos suportar...

Quando cremos que o destino nos prega peças...

Quando nos sentimos vítimas das situações que nos envolvem...

Quando nos percebemos excessivamente queixosos...

Quando atribuímos a outros a responsabilidade que é nossa...

Quando sentimos desconforto emocional...parece nada estar bom...

Quando não percebemos que podemos optar...

Quando não percebemos nossa impotência...

Quando sofremos perdas significativas...

...creio que a decisão de buscar um processo terapêutico seja bastante acertado.

"Mas o psicólogo não vai resolver o meu problema..."
É correto.
No entanto, é esperado que este indivíduo descubra junto a este trabalho clínico, não só caminhos alternativos como também que passe a enxergar a problemática de uma outra maneira, sem tanta dor. Conseguir ver o outro lado da moeda faz com que as pessoas redimensionem a situação e com isto passem a lidar com ela de maneira menos extenuante.

"Isto é coisa para louco e eu não sou..."

Argumentos deste tipo ainda, infelizmente existem.
Geralmente acompanham pessoas que além de serem radicais, tem sua vida pautada naquilo que o outro vai pensar.
Estão presas a estereótipos consagrados por uma cultura ultrapassada.
Muitas vezes são os que mais precisariam deste tipo de ajuda.

"Eu não preciso deste tipo de auxílio;
eu sei lidar com a vida..."


Mesmo que apresente alterações de humor, visíveis pelas pessoas que com ela convivem. Mostram temor em se expor, em serem vistas;
trata-se de pessoas que tem muito medo de si mesmo, fantasiando culpas e, portanto punições. Não conseguem perceber como esta onipotência é pesada.
Verdades cristalizadas, sustentadas e perpetuadas, absorvidas no seio familiar, nunca repensadas são, muitas vezes as causadoras de transtornos emocionais que serão minimizadas, clarificadas, atenuadas ou resolvidas através do conhecimento de si próprio, através do diálogo consigo mesmo, intermediado e traduzido pela figura do terapeuta;
o refletir, o voltar-se para "dentro", o buscar as razões, embora algumas vezes dolorido (outras vezes gratificantes), traz a tona aspectos até então adormecidos mas nem por isto menos atuantes.
A constatação mais evidente desta situação são as tão faladas doenças psico-somáticas;
aparecem sob forma orgânica como mais um aviso de que as coisas não vão bem.

Quero enfatizar que embora tenha pontuado alguns exemplos quase que a justificar o envolvimento com o processo terapêutico, o grande objetivo deste trabalho é o crescimento pessoal que fatalmente vem em decorrência auto-conhecimento, independente de ter-se ou não alguma queixa específica.

É através do relato oral projetando o pensamento ( que deve estar carregado de emoção), que se chega a descobertas.
O sentir, o reviver, o trazer para dentro do consultório, episódios eleitos pelo próprio indivíduo faz com que pouco a pouco se inicie a discriminação e o reconhecimento interior, tão necessários para a saúde mental;
o entrar em contato com nossas "coisas", com nossos conflitos, nem sempre é "leve" mas com certeza é passar a conviver com as verdades, tão fundamental para o real fortalecimento.

O ter para si a "posse" daquele horário e local onde tem-se o direito de ser por inteiro, falar o que quiser, explorar temas escolhidos, buscar fundamentos, falar e aprender a ouvir a própria voz numa interação de empatia com o terapeuta, o ter o espaço próprio, diante de tanta solicitação da vida, é uma situação não só gratificante como enriquecedora.

Por ser um trabalho pessoal, o vínculo só se concretizará, só se estabelecerá propiciando mudanças, se a entrega real, verdadeira, se a opção vier de foro íntimo e não cumprindo "ordens" de parentes bem intencionados que sugeriram este tipo de tratamento.
Evidentemente que colhemos opiniões aqui e acolá mas que estes argumentos tenham servido para convencer sinceramente e não como alguns casos que dão este passo para livrar-se de tantos "palpites" trazendo no seu bojo a resistência e a descrença;
neste caso a busca é infrutífera.
É a pessoa que tem que querer, ninguém mais, pois o desejo é do outro e não dele mesmo.
Há necessidade ímpar de disponibilidade interna.

O investimento em nós mesmos é não só um direito como um dever que todos temos pois, ao passarmos por exemplo, da autocomiseração, da fragilidade, do choro lamentoso, da pseudo-alegria ou simplesmente da situação rotineira e comum para um estado emocional realmente fortalecido, passamos a atingir aqueles que nos rodeiam de maneira também positiva e criativa.

É por este motivo por exemplo que não são raros os casos de encaminhamento para terapia a mãe ou o pai ao invés do filho que está apresentando algum problema.
Identificou-se neste caso o quanto são os pais os geradores destes conflitos que despejaram nos filhos suas angústias, seus temores, seus anseios, suas expectativas.

Sentimentos tais como inveja, rejeição, raiva, tão comuns nas relações familiares, por serem condenados na nossa cultura, geralmente são negados sendo, por conta disto canalizados de forma distorcida gerando irritação, autoritarismo, ausência de compreensão.

O nível de exigência entre marido e mulher são também muitas vezes o causador de discórdias conjugais pois é difícil aceitar do outro o que ele pode dar e não o que eu quero que ele dê;
este é um caso que tipifica a confusão emocional por ignorarem que são pessoas diferentes embora haja forte afeto;
são aqueles casos que se sustentam pela cobrança e queixa no dia a dia:
"...você poderia ter trazido...
você poderia ter se lembrado..."
ficando o estabelecido, sempre neste tempo verbal (poderia, gostaria) acompanhado do complemento
"...se você gostasse
... se você quisesse..."

Renunciar as próprias vontades significa renunciar a si mesmo e, quando "acordamos", percebemos que somos muito mais fruto daquilo que pensam que somos do que aquilo que realmente somos.


O assunto é extensíssimo e muitos outros fatores poderiam ser abordados.

Jamais teria a pretensão de esgotá-lo.
Ficam registrados aqui apenas uns poucos enfoques ilustrativos como pinceladas dentro de um trabalho desafiante.

Comecei com perguntas e termino com elas:


Quem é você além dos diversos papéis que desenvolve

pai, mãe, filho, namorado, profissional, amigo...?
Diante de todo este emaranhado, você consegue se olhar?


quarta-feira, 3 de fevereiro de 2010



Paulo Tavares

Bacharel em Psicologia - FAMATH
 Graduado em Psicologia - FAMATH
Licenciatura em Psicologia - FAMATH
Pscicoterapeuta Clínico
Psicoterapeuta de Casal
Terapeuta de Família
Pós graduado em Terapia Familiar - UCAM
Aperfeiçoamento em Dependência Química - CEPAD - Aldeia
Palestras sobre o tema: Drogas, Adicção, Dependência Química

Contatos:
psabt@hotmail.com






O álcool entre os jovens brasileiros é a droga mais consumida uma das que mais desequilibram a máquina física.

O cérebro é extremamente afetado, a região do córtex pré frontal, que é responsável pelas nossas faculdades intelectuais como o raciocínio, é uma das que mais sofrem
com o efeito nefasto do álcool.

E não pára por ai, o álcool afeta o sangue, fígado, músculos, sistema digestivo,
além de contribuir para a impotência sexual.


Quando a bebida alcança o lobo frontal, surgem sensações agradáveis de relaxamento e alegria. O sujeito fica mais falante, sem prejuízo do raciocínio.


Ao atingir os lobos pariental e temporal começam os problemas. O sujeito é capaz de cometer um desatino, como cruzar um sinal vermelho.

Se chegar ao lobo occiptal, responsável pelo movimento e pela visão, torna difícil ficar em pé e andar direito. A vista embaça.

O cérebro comanda os reflexos. Atingido pelo álcool,a coordenação motora fica gravemente prejudicada. O tronco encefálico dirige a respiração.

O álcool demora para afetar esta área,mas, quando chega, leva á inconsciência, ao coma, à insuficiência respiratória e cardíaca. Em geral, o corpo se defende e provoca
desmaios para o sujeito parar de beber.

O ÁLCOOL NO CORPO